11.12.06

Sussuro.


Fotografia de Cathy Kruchem (http://redhotchillipepper.deviantart.com
)

Fala baixinho.
Não te oiço com tanto ruído, e já me doem as pontas dos dedos de te tapar os lábios.
Para que te cales.

26.11.06

Estou assim.

Foto em : www.photoblog.net/ctk

Sabes sequer o significado da palavra desculpa?
É o que se diz quando se reduz o tamanho do coração de alguém a uma ervilhota.

Eu já desisti de perceber. Ou talvez não. Mas quero. É como um vício que quero deixar. Mesmo assim continuo a pensar que é melhor vício o que me agarra fisicamente que o emocional. Assim como tu o és. Prefiro mil vezes os meus Marlboro a não saber e perceber, assim. Ainda me lembro quando era ao contrário e preferia perceber-te. O meu vício emocional não dava razões ao físico. E agora que a fonte de alimentação emocional desapareceu, o vício continua lá, e voltou a aparecer o físico.

Custa te muito? Perceber. Que te gosto?

Talvez á distância. Porque faço-me fria o suficiente para que não o percebas logo. E quente o suficiente para que não te pareça indiferente. No fundo vês o que quero que vejas. E não te quero mostrar mais.


Porque tenho medo.

20.8.06

Es tudo.

Quero sentir-te..
E preciso de ouvir te..

Es a luz que me guia..
Ate o lugar onde encontro paz
Outra vez.

És a força
Que me mantem de pé..
Es a esperança
Que confio..

A luz da minha alma
Es o meu motivo..
Es tudo.

Acalmas as tempestades
E das me ar.

Agarras-me as mãos
e não me deixas cair

Acalmas me o coração
E deixas-me sem folego

Como posso estar aqui contigo..
E nao deixar-me mover por ti?
Es tudo o que quero..e preciso.
Es tudo.


7.8.06

....Preciso-te feliz....

És agora tu.
Simplesmente tu. Ou eu..
E entre nós, um troço de amor soterrado
Fragmentado em paixão..e amizade
Entre nós uma mistura de lógicas irracionais
Congelada no tempo indefinidamente.

És agora tu.
Separado de mim e dos meus ideiais revolucionários.
És imune ao meu optimismo
Resplandescente e poderoso,
capaz de fazer-te sorrir .
(mesmo que pela maior parvoíce que pudesse ter escapado pelos meus lábios)

Encontro me á deriva, perdida em mim
Segura de que me acho novamente,
a caminho de nós.
Como uma criança que se queima
e volta a brincar com o fogo, uma vez esquecida que a queimou.

E é quando me pergunto.
Onde estás?.. Estás bem?.. Precisas de mim?
Sinto falta de ti.
Do teu apoio incondicional condicionado
E dos olhos meigos que me sorriem,
quando nos meus não querem sorrir.

Sinto falta de ti e do teu abraço
quente..forte..seguro.
Preciso-te, ás vezes.Mas preciso te feliz.
Bem que se-te preciso feliz, não poderei precisar-te, ás vezes.
Por isso, sê feliz.


Que seja.

2.8.06

Nunca mais vou confiar num homem.

Não é surpreendente a facilidade com que ignoramos esta frase??
Supostamente houve aquela primeira queimadura. A primeira vez em que nos sentimos magoadas com um estupor do sexo oposto, normalmente quando somos mais novas, devido a diversos motivos:
  • Desde á preferência dos espécimes pela convivência com vermes da mesma espécie para que possam falar e discutir os mistérios femininos, em vez de propriamente, descobri-los,
  • Ao deprezo pela magnificência feminina em geral, ou pelo contrário,
  • A inegável satisfação dos seus desejos do ID (inconscientes, ou, no caso masculino, sexuais!!)
Corro o risco de parecer feminista talvez. Normalmente é este o estado psicológico de uma mulher em defesa. Quem inventou a teoria dos quilos de gelado de baunilha e chocolate, dos filmes românticos e das caixas de Kleenexs devia estar bêbedo. Ou então era homem. Ou os dois!..
Não me interpretem mal. Eu relaciono-me muito melhor com homens que com mulheres... O que me faz pensar que talvez deveria ser lésbica, porque por norma as mulheres tendem a dar-se mais amigavelmente com outras mulheres, e os porcos, perdão... homens com outros homens. Ou talvez não.
Começo a aperceber-me agora que isto está a tomar um rumo sem nexo. Asseguro-vos: faz tudo muito sentido na minha cabeça!!! E se continuam a ler-me é porque de alguma maneira são tão doidos como eu. ( sem ofensa. até é bom ser assim ás vezes....não nestes casos...na maioria dos outros casos sim!..Talvez.. -pausa- adiante!)
Gostaria que me explicassem porque que por mais que passemos pelo mesmo, caímos que nem patinhas nas mãos de outro tubarão exactamente perfilizado da mesma maneira que o nosso último-grande-amor. Não nos fartamos de reconstruções pessoais?? Se bem que a maior parte das mulheres tem um tendência para a ordem, arrumação.... estou a divagar.
Porque é que para os homens a "Amizade" e a "Teoria Relativa da Foda" fazem parte do mesmo capítulo, no mesmo livro? Respondeu-me a minha professora de ciências (um pouco chocada com a pergunta), com ar de frustrada sexual/emocional, que era porque " são seres não racionais, egoístas (curioso, não sabia que sem racionalidade o egoísmo era uma característica possível), que se interessam única e exclusivamente com a propagação dos seus genes, para depois rejeitar o fruto que daí poderá resultar, quando há alguma falha técnica na propriamente dita... aham.. teoria não-sei-de-quê que me acabou de perguntar." Virou-se para o livro novamente um pouco mais vermelha do que era habitual... Provavelmente lembrando-se do homem que a fizera sentir-se a pior pessoa do mundo , a certo ponto da sua vida. Voltou a falar de plantas. Sim porque eu sempre tive uma habilidade para ir buscar coisas que nunca tinham nada a ver com a matéria que se estudava. Sorte a minha tirar sempre boas notas e ter esse desconto por parte dos professores..."É distraída....coitada"... e as nunca incomodativas gargalhadas dos amigos!!
Sei que no fundo da minha mente ainda teria muito para escrever.... Mas agora encontro-me num certo bloqueio mental devido a este momento nostálgico de liceu.
Apesar de tudo continuo a perguntar-me. Porque escapmos tantas vezes á nossa convicção quando dizemos "Não amarei novamente".... Será tão grande o poder do amor para que não o possamos, simplesmente, ignorar?!...
Estou farta de vocês. Homens.

31.7.06

...Pezinhos de bailarina...

As sapatilhas gastas por fora de tanto dançar. Ainda se via um leve avermelhado na parte de dentro. Agora puxava-se um castanho sangue por causa da idade...Aquelas sapatilhas que haviam sido a sua vida e alma durante tanto tempo. Queria calçá-las outra vez. Queria senti-las novamente nos seus pés, ansiosos, para rodopiar outra vez o seu peso de pluma. Ainda mal pesava alguma coisa... Mas os seus reflexos não eram os mesmos, pelo que se negou usar as sapatilhas novamente com medo de perder o equilíbrio. Aquele de gato vadio que a mantinha sempre de pé, com a graciosidade de um cisne.
Olhou as suas mãos. As rugas não as tornavam menos belas... e os tremelicares tinham ainda em si uma certa dose de graça. Ainda se lembrava da sua primeira queda em palco. Partiu a mão direita nessa peça. Fora "As Luzes do Norte". Quando rodopiou e viu algo na sua frente, tão inesperado, que não pode deixar de cair. E caiu. Sobre a sua preciosa mão caiu. Mas levantou-se de imediato. "O espectáculo tem de continuar". E rodopiava e pulava como o vento , de mão imóvel encostada ao peito.
Riu-se. Lembrou-se daquele rapaz... o Julian. Que dançava com ela os sessenta e oito movimentos de Grascal. Apoiou-se no braço da sua poltrona e rodopiou muito lentamente...O mais rápido que lhe permitiam os músculos já usados...saturados... E sorriu novamente. Olhando os seus pezinhos de bailarina....

30.7.06

Espinhos e torturas.

Este espinho que se funde. Prendi-me a ti e aos teus maus hábitos. Agora não me desprendo deste espinho que me perfura.
É ridiculo, sei bem. Esta falta que me fazes . Que me doí porque não sei de ti nem do teu. Que me preocupa. Que me pesa. Este espinho que me dói na carne e alma.
Olho para mim de fora e vejo-me. Patética. Enamorada. Como me deixei chegar a este estado. Havia prometido que nunca mais ia amar ninguém. Só nos confundem e enjoam. Fazem-nos pensar de mais e perder peso.
Mas é tão forte, amor, o que me puxa para ti... quase tão forte como o k me afasta de ti, agora. Então pergunto-me se terei de ti alguma ajuda, para me manter perto e quente. Segura-me. Não me deixes cair mais. Já caí de mais. Não me tortures mais.

24.7.06

Piroseiras.

Naquela tarde, no café, era evidente que o bolo de chocolate com amêndoa não seria a única sobremesa que iriam comer. O copo de vinho branco e os 30 graus na esplanada foram suficientes para que ela se apercebesse que ja haviam esperado tempo de mais.
Pegou lhe na mão com o seu sorriso mais maroto, não descuidando os traços de cara que lhe diziam "adoro-te" com cada sarda..ruga..gesto.
Pagaram a conta com a mais vermelha das caras, depois do empregado lhes ter apanhado a fazer algo debaixo da mesa que não sei bem explicar.. Saíram pelo lado direito que ia dar á promenade e ao parque de estacionamento, onde tinham parado o seu Beattle creme descapotável. A meio do caminho o Roberto encontrou uma flor lilás no chão. Tinha ar de já estar ali há um bocado...mas continuava perfeita. Pô-la atrás da orelha da Inês e afastou-lhe uma madeixa de cabelo dos olhos. "Ainda estou com fome". Ambos riram.

Sempre achei imensa graça ás piroseiras que possam saltar da boca dos enamorados nestas alturas! O mais rídiculo dos absurdos torna-se absolutamente adorável aos olhos de quem ama. "Ainda estou com fome"??!!...

Apertaram as mãos um do outro inspirando e olhando á sua volta, sorrindo para si.

22.7.06

O meu pseudo-conto-de-fadas

Estás tão perto que te sinto.
Sinto o teu suave respirar na minha pele... o teu suspiro que me afasta da cara um caracol rebelde, no caminho entre os teus olhos.. e os meus.
E mesmo não estando aqui, consigo ouvir a tua voz..que me faz tão leve e pacífica por dentro..quando me cantas que me gostas. E cantas com os olhos. Consigo vê-los.. Daquele castanho profundo, que se tornou claro, quando decidi olhar para além do que, comodamente, via.
Foi a olhar para ti que descobri a "absência". Só um relance.. um momento em que se cruzam os meus olhos com os teus, uma viagem a uma dimensão paralela qualquer.. profunda.. onde só existes tu e eu, do meu e do teu, para mim e para ti. Estou segura quando me olhas e eu a ti. Estou forte porque és..e subsisto por ti.
E é aquele toque na minha face, de algodão carinhoso.. Purificas-me.. Renovas-me.. Alegras-me. E estou feliz. Sim, porque me fizeste. E adoro quando me fazes. Contigo ou sem ti, fazes-me tua e para ti. Constróis-me, sem querer, num castelinho cor de rosa, onde me fazes princesa dos teus pensamentos e sonhos.
Se fosse uma princesa seria a Rapunzel. Não por estar presa numa torre até que um príncipe me salvasse.. mas por esse príncipe me ter encontrado tão maravilhada no meu pequeno mundo, que me permitiria estar no cimo daquela torre, no topo do mundo, sempre que quisesse.

18.7.06

Mastigas um palavreado qualquer




Mastigas um palavreado qualquer que não entendo.. Diluis o vocabulário em pedaços de lixo desprezáveis que me enjoam interiormente. São detritos de alma que se espelham, por fora. Defeitos espirituais que te estragam. Mutilam.

15.7.06

'Tou contente....'tou tão contenteee



Hoje estou flutuante. Cada vez me afundo mais neste sentir, neste querer, neste amar. Difícil para mim de imaginar, que depois de tudo o que se passara viveria algo assim novamente. Não sou velha..também não vá eu exagerar..mas Aquele , o antes, o passado que marca e faz sofrer ainda se remoinha cá dentro. Depois encontrei-o. Caiu me do céu.. direitinho em cima da minha cabeça. E agora tenho um grande galo para o lembrar. É caso para dizer que o amor dói!
Que bem me sinto .. estivemos juntos ontem. Ofereci lhe o meu colar. Bem, tecnicamente comprei-o para ele... mas gostei tanto que decidi usá-lo. Sinto-me tão adolescente quando me pergunto se ele o vai usar quando não estiver por perto..para me lembrar e pensar.. Sei o que diria ele se estivesse aqui.. "Não preciso de um colar que me faça lembrar de ti"... Responderia que também penso nele o tempo todo.
Dói me o coração de tanto fantasiar. Sobre este amor que tem ainda muito para dar ..eu sei.. o poema está lá em cima e não preciso de rimar ( bolas..é inevitável vêem? )
Tanto para fazer.. tão pouco tempo.. limita-me o pensamento de "fim"... deveria eu estar a pensar no fim de algo que está apenas no começo?!.. Devo estar de certa forma a antecipar algo?!.. Está decidido... a palavra e conceito de "fim" estará definitivamente apagada da minha mente por uns tempos!

.....

Adoro o seu jeitinho de rir.. que me faz tão leve quando lhe olho. O agarrar vigoroso da minha cintura, enquanto me beijava o peito, á altura da sua boca. E que boca tão bonita....

Que boca tão bonita.

Morro um bocadinho...

O atrás, O sido, o vivido,
o dito, o querido, o feito..
Que me mata um bocadinho

O que paira possibilitado na minha mente.
O que pode a qualquer momento
fugir me ao pensamento..
E tornar-se real.
Aquele deslizar para o consciente
Que me mata um bocadinho

E tu..
Que me olhas sem me ver
Tu que me tocas sem sentir
e me sabes sem conhecer
Matas me um bocadinho

O teu jeito de rir..e sorrir
A tua voz que me fala sem saber
Os teus olhos que me penetram com prazer
Cada vez que te seduzo sem querer.
Morro um bocadinho

Vivo te.

Vivo-te já, meu amor
Sinto-te ao acordar..
Sinto nos lençóis o teu odor
Que me lembra o teu amar

Vivo-te já quando estás triste
Feliz ou ansioso..
Vivo o que tiveste, o que fazes e o que viste.

Sinto-te cada vez mais dentro de mim
Penetrando o eu e o meu ser
Incomodando-me cada vez menos
que me invadas assim

Vivo o que te digo
vivo o que te sinto
vivo porque amo o meu melhor amigo

E conheço esse cliché
de quem não sabe e quer amar
Sei que quero e não se sei
Tudo o meu te quero dar



10.7.06

Adorar


Ás vezes é custoso ter de imaginar o que se passa aí em cima. Na tua mente. Depois de um cenário perfeito, vejo me entre escombros após proferires apenas uma palavra. Pergunto-me porquê. Porque duvidas tu de mim? Se a parte mais feliz da minha vida é aquela em que tu te inseres. O momento mais feliz do meu dia é quando te chegas a meu pé. Quando te posso ver. Quando te sinto o cheiro. Quando me fazes ouvir a tua voz e sorrir. Quando me beijas.
Tocas me cá dentro. Fazes me leve e eufórica. Porque duvidas de mim?


Se bem que sim, fico diferente. Apenas acontece porque agora que te tenho...receio perder-te...
....
Aquela menina segura de si, imune aos falares alheios está agora preocupada. Ansiosa, afogada em pensamentos de ti. Quer agora agradar te. Porque a conservação do seu mais-que-tudo neste momento depende disso. Preocupa se com o que tu pensas. Preocupa se com o que tu sentes. Importa lhe o que queres. E então tenta descobrir cada pedacinho de ti, talvez apagando se a si mesma um pouco para poder, finalmente, descobrir tudo o que te faz feliz.
Lembras te quando te confessei o que sentia por ti?.... É um bocadinho mais que isso. Um bocadinho mais que tudo aquilo que já te mostrei. Um bocado como aquele que não te mostro, nem te digo, porque me faz medo não sentires o mesmo.

Não duvides quando to digo.


Adoro-te. Sou teu morango..

7.7.06

Manhãs difíceis

Ainda me sabia a ti quando acordei de manhã, depois de mais uma noite mal dormida.

29.6.06

Acaba-se o ar e vejo, apenas

E vejo negro.. vejo formas .letras .números quânticos e equações .Tudo esta difusamente organizado .As influências inofensivas magoam e fazem pensar. Porque sou assim? As capacidades dormentes esperneiam, pois querem trabalhar. Contudo um toque frio manda-as sossegar .E dói ."Não serves para nada". E é num misto de inteligência e criatividade que se perdem os sentidos. De repente estou sozinha. E de repente estou perdida. E o gosto pela vida de uma flor ma faz pensar nas suas entranhas e componentes .Embora o gosto pela sua beleza me remeta para os variados tons de verde em cada singular folha do seu todo. O que serei eu?...Entranha ou folha?.. Deixo de respirar como se o pulmão esquerdo fizesse vácuo. Suga do direito o ar e inibe-o de circular .Mantém-no preso como um balão nos minúsculos alvéolos vitais .Então incha-se-me o coração como um balão, comprimido pela força das artérias á sua volta. Quer trabalhar e não consegue. Bloqueia-se. Quer parar .Mas o inconsciente sofre e grita e quer ."Morre coração, morre!" . Porém a força física é maior e resiste ao colapso da mente como uma grande muralha que mantém fora o inimigo.

E então se vejo...não oiço...nem sinto...nem cheiro. Então pergunto...sou folha ou entranha?...